A montanha apaixonada
se sentou na beira do mar
seus pés e pernas de pedras
enfiou dentro das águas
Cabeças e braços ao leo
entranhas extranhas ao céu,
a montanha sentada,
apaixonou-se pelas águas do mar
A chuva que vinha do céu
mal sequer lhe respingava,
fugia pelas escarpas de véu,
pra junto do abismo das águas.
E quando o mar enche
as ondas furiosas crescem
se atiram contra seu ventre
a lamber lhe as entranhas de pedras.
Almeja sua meduza obtusa
no rodopio dos tempos
o abraço mais profundo,
de todas as águas do mundo,
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