Estão lá paradas feito árvores
plantadas no concreto entre os prédios,
pouco vento... pouco movimento
seus braços galhos enfrentam tédio.
Pouca lua: ela vaga entre as nuvens de prédios...
pouca chuva: água canalizada para os boeiros
nem um único beija flor lhe beijou dia inteiro,
nem uma ave trouxe um ramo para um ninho.
Nem um pio de filhote, nem uma asa de borboleta,
nem um único verso de pardal ou um zumbir de abelha...
as flores estão lá todas vestidas de vermelho,
como se houvera um grande baile de gala.
Parecem dançar quando vem o vento do sul,
mas é tão fraca a aragem e o vento tão leve,
e tão breve que elas ficam imóveis e sorvem
o vento fresco, leve, breve... quase neve!
Flores o que fazem aí no alto desta árvore
de tronco liso e sem espinho... por que florescem
nesta terra árida, fria e sem carinho.
Elas não respondem e esperam
por algum passarinho que ainda crê na primavera.
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